O panorama financeiro da Hungria está mudando, o governo apresentou um projeto de legislação que abre caminho para bancos, fundos de investimento e gestores de ativos oferecerem serviços relacionados a Bitcoin e outras criptomoedas. Essa proposta legislativa visa harmonizar o quadro regulatório húngaro com as normas da União Europeia, criando um ambiente propício para a integração desses ativos digitais no sistema financeiro nacional.
O Banco Central Húngaro, conhecido como Magyar Nemzeti Bank (MNB), desempenhará um papel central na supervisão destes novos serviços criptográficos, seguindo a proposta que ainda está em fase de desenvolvimento. A intenção é que, até o final de junho, a regulamentação esteja promulgada, marcando um passo significativo para a legitimização do mercado de criptomoedas em um país que, até o momento, não possui leis específicas para o uso desses ativos digitais. Atualmente, nenhuma criptomoeda é reconhecida como moeda de curso legal na Hungria.
Além disso, o MNB explora a possibilidade de introduzir uma moeda digital do banco central (CBDC), embora não veja a urgência para a implementação de uma CBDC de amplo alcance neste momento.
Este movimento legislativo surge em meio a tensões crescentes entre o governo húngaro e o MNB. O governador do Banco Central, Gyorgy Matolcsy, expressou preocupações de que as propostas do governo, liderado pelo primeiro-ministro Viktor Orban, possam ameaçar a independência do banco central. Matolcsy criticou as políticas econômicas do governo, especialmente as medidas de estímulo, e considera a nova proposta legislativa uma potencial intrusão na autonomia do MNB.
O governo, por outro lado, defende sua proposta como uma estratégia para aumentar a transparência e fomentar uma gestão financeira responsável, sem interferir na política monetária do banco central.
Essa iniciativa legislativa indica um momento decisivo para a Hungria, à medida que o país se prepara para integrar as criptomoedas ao seu sistema financeiro. Esse desenvolvimento não apenas alinha a Hungria com as diretrizes da União Europeia, mas também sinaliza um futuro promissor para a adoção de criptomoedas no país.