- Bitcoin não atende aos critérios do BCE
- Lagarde destaca segurança e liquidez nas reservas
- Países debatem inclusão de criptomoedas
O Banco Central Europeu (BCE) não considera o Bitcoin um ativo adequado para compor suas reservas, afirmou a presidente da instituição, Christine Lagarde, durante uma coletiva de imprensa. Segundo ela, os ativos que fazem parte do balanço do banco central devem ser seguros, altamente líquidos e livres de qualquer suspeita de envolvimento com atividades ilícitas.
No momento da publicação, o preço do Bitcoin estava cotado em US$ 105.410 com alta de 3.1% nas últimas 24 horas.
“Existe um consenso dentro do Conselho de Governadores e, provavelmente, também do Conselho Geral de que as reservas devem ser líquidas, seguras e protegidas contra suspeitas de crimes financeiros. Por essas razões, o Bitcoin não será considerado para as reservas dos bancos centrais”, declarou Lagarde.
A declaração veio no mesmo dia em que o BCE anunciou um novo corte de juros, reduzindo a taxa de depósito para 2,75%. A medida faz parte da estratégia da instituição para estimular o crescimento econômico, já que a zona do euro continua enfrentando dificuldades, com inflação ainda acima da meta de 2% e um ritmo de recuperação abaixo do esperado.
As falas da presidente do BCE surgem em meio a um debate crescente sobre a inclusão de criptomoedas em reservas nacionais. Na República Tcheca, o presidente do banco central do país, Aleš Michl, sugeriu que a instituição avalie ativos digitais como parte de uma estratégia de diversificação. Embora a República Tcheca não adote o euro, seu banco central faz parte do Conselho Geral do BCE, o que coloca a discussão dentro do contexto europeu mais amplo.
Após a proposta de Michl, Lagarde afirmou que teve uma conversa com ele e reforçou a visão do BCE de que as reservas dos bancos centrais devem seguir critérios rígidos de segurança e liquidez, o que, segundo ela, exclui o Bitcoin.
A posição do BCE contrasta com iniciativas em outros países. Nos Estados Unidos, por exemplo, autoridades discutem a criação de uma reserva estratégica de criptomoedas, além de uma regulamentação mais favorável para stablecoins. Enquanto algumas nações começam a considerar o Bitcoin como uma opção para diversificação de reservas, Lagarde e outros representantes do BCE mantêm uma postura conservadora, citando riscos como volatilidade e falta de um arcabouço regulatório adequado para garantir a estabilidade desse tipo de ativo.