O panorama atual do mercado de Bitcoin tem captado atenção por seus movimentos de preços significativos. No entanto, o Banco Central Europeu (BCE) sugere que a atual alta do bitcoin pode não estar fundamentadas em bases sólidas. Segundo um relatório recente do BCE, a volatilidade observada pode ser atribuída a fatores temporários e, por vezes, questionáveis, como manipulação de mercado, demanda por atividades ilícitas e políticas regulatórias mal direcionadas.
O banco aponta que, embora a recuperação recente do Bitcoin tenha sido notável, ela é impulsionada por condições de mercado efêmeras. O BCE identifica três razões principais para essa tendência: manipulação persistente em um mercado desregulado, aumento na demanda como veículo para transações ilícitas e falhas nas abordagens regulatórias. Esses elementos, segundo o BCE, questionam a sustentabilidade do crescimento atual do Bitcoin.
Além disso, o BCE alerta para a possibilidade de uma nova bolha, comparável a ciclos anteriores de alta e queda do Bitcoin, especialmente após a aprovação de fundos negociados em bolsa (ETFs) relacionados à criptomoeda. Essa perspectiva, conforme argumentado pelo banco, poderia resultar em perdas significativas para investidores e impactar negativamente a sociedade, incluindo danos ambientais e redistribuição desigual de riqueza.
A preocupação com a manipulação de preços é reforçada pela observação do BCE de que a liquidez reduzida em períodos de recessão, como o recente “inverno cripto”, pode amplificar as práticas manipulativas. O papel do Bitcoin em facilitar atividades criminosas, como lavagem de dinheiro e ataques de ransomware, também é destacado, apesar das medidas de conformidade adotadas pelas principais bolsas.
O relatório critica as atuais abordagens regulatórias, considerando-as insuficientes para mitigar preocupações críticas, como fraudes, manipulação de preços e impacto ambiental. O BCE enfatiza a necessidade de intervenções mais fortes, incluindo regulamentações mais rigorosas ou até proibições, para lidar com os riscos associados ao Bitcoin.
Ao longo da última década, o setor bancário viu uma mudança em sua abordagem em relação ao Bitcoin, com algumas instituições financeiras adotando uma postura mais aberta em relação à criptomoeda, enquanto outras mantêm seu ceticismo. O BCE, em particular, tem sido vocal sobre suas reservas em relação ao Bitcoin, com membros do conselho executivo expressando dúvidas sobre a viabilidade da criptomoeda como um ativo legítimo.