As ações registraram um declínio na última terça-feira, marcando um momento de cautela no mercado após uma fase de recuperação observada em novembro. Este movimento veio à tona enquanto o mercado aguardava ansiosamente pelos resultados da Nvidia, uma gigante no segmento de chips de IA, e assimilava as recentes deliberações do Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos.
O índice de referência S&P 500 (GSPC) fechou em queda de 0,2%, depois que o índice de ações fechou em seu nível mais alto desde agosto. O Dow Jones Industrial Average (DJI) e o Nasdaq Composite (IXIC), de alta tecnologia, caíram cerca de 0,2% e 0,6%, respectivamente.
A divulgação das atas da última reunião do Fed sobre as taxas de juros. O documento revelou um consenso entre os membros do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC): a necessidade de manter uma política monetária restritiva por mais tempo para combater a inflação persistente.
Segundo a ata da reunião, que abrangeu o período de 30 de outubro a novembro, todos os participantes do FOMC concordaram que “seria apropriado que a política permanecesse numa posição restritiva durante algum tempo até que a inflação estivesse claramente a descer de forma sustentável em direção ao objetivo do Comitê”.
Este consenso resultou na manutenção das taxas de juros no intervalo de 5,25% a 5,50%, o mais elevado em 22 anos. Tal decisão reflete a abordagem cuidadosa do Fed diante de uma inflação que, embora mostrando sinais de arrefecimento, ainda se mantém acima da meta de 2% estabelecida pela instituição.
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de outubro trouxe uma perspectiva mista. Embora tenha indicado uma estabilização dos preços em relação ao mês anterior e uma desaceleração anual para 3,2%, ainda reflete uma inflação significativamente acima da meta do Fed. Excluindo os itens mais voláteis, como alimentos e gás, a inflação básica ainda se situou em 4,0% em outubro, abaixo da taxa de setembro.
Apesar da reação positiva dos investidores ao relatório do IPC, a inflação continuou a ser uma preocupação. A combinação de uma inflação teimosamente alta e um mercado de trabalho ainda tenso reforça a postura cautelosa do Fed.
Os membros do FOMC enfatizaram a necessidade de mais dados para avaliar o progresso na redução da inflação. Caso os números não confirmem uma tendência de desinflação, novos aumentos nas taxas podem ser considerados.
“Os participantes esperavam que os dados que chegariam nos próximos meses ajudariam a esclarecer até que ponto o processo de desinflação continuava, a procura agregada estava a moderar face às condições financeiras e de crédito mais restritivas, e os mercados de trabalho estavam a atingir um melhor equilíbrio entre a procura e a oferta”, ressaltou a ata.