- S&P 500 sobe após IPC abaixo do esperado.
- Inflação desacelera, mas permanece acima da meta do Fed.
- Políticas de Trump podem impactar inflação futura.
As ações norte-americanas registraram um aumento significativo na última quarta-feira, com investidores animados pelos lucros robustos dos bancos e pela mais recente atualização do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que veio abaixo das expectativas para dezembro. Este dado sugere uma pressão inflacionária menos intensa do que previsto, alimentando otimismo nos mercados.
O S&P 500 e o Dow Jones Industrial Average observaram ascensões superiores a 1,4%, enquanto o Nasdaq Composite avançou mais de 1,7%. O relatório pré-mercado já havia indicado uma tendência positiva, quando o IPC apontou para um avanço em direção à meta de inflação do Federal Reserve de 2%, com um aumento de apenas 0,2% em dezembro na base “core” – que exclui os preços voláteis de alimentos e energia.
Segundo o Bureau of Labor Statistics, dezembro marcou a primeira desaceleração do IPC “core” desde julho, uma clara indicação de que a inflação pode estar começando a ceder. Anualmente, os preços ao consumidor subiram 3,2%, demonstrando uma ligeira redução comparada ao período precedente.
Esta nova métrica econômica é especialmente relevante, pois será uma das últimas avaliadas pelo Federal Reserve antes da próxima reunião sobre taxas de juros. A resposta do mercado foi imediatamente positiva, com o rendimento dos títulos do tesouro de 10 anos caindo 12 pontos-base.
“Os mercados reagiram positivamente esta manhã por um bom motivo: o Federal Reserve está tranquilo em assistir ao aumento temporário do IPC, se esse aumento não afetar o IPC principal, e foi isso que aconteceu em dezembro,” comentou um analista financeiro.
A situação é ainda mais complexa devido às políticas inflacionárias propostas pelo presidente eleito Donald Trump, que incluem altas tarifas sobre produtos importados e cortes de impostos para corporações. Tais medidas podem afetar significativamente o cenário de inflação e as decisões futuras de política monetária.
Impacto no Mercado de Criptomoedas: Bitcoin Ultrapassa US$ 99 mil
A reação do mercado de ações aos dados positivos do IPC teve um eco significativo no mercado de criptomoedas, particularmente no preço do Bitcoin, que alcançou a marca de US$ 99 mil com alta de 4% no dia. Esta valorização é um reflexo direto das expectativas ajustadas para a política monetária do Federal Reserve, em face da inflação mais controlada.
Com a inflação mostrando sinais de desaceleração e se mantendo abaixo das expectativas, cresce a especulação de que o Federal Reserve poderá optar por cortar as taxas de juros mais vezes ao longo de 2025. Tais cortes seriam uma tentativa de estimular a economia, tornando o dinheiro mais acessível e barato para empréstimos e investimentos.
Para o mercado de criptomoedas, a redução das taxas de juros tem um impacto duplamente positivo. Primeiro, diminui o custo de oportunidade de se manter moedas de rendimento não fixo como o Bitcoin, comparado a investimentos que se beneficiam de juros mais altos, como títulos do governo. Segundo, a política de juros mais baixos pode incentivar investidores a buscar ativos de maior risco e potencial de retorno, como as criptomoedas, aumentando a demanda e, consequentemente, os preços desses ativos.
Essa dinâmica sugere um cenário potencialmente otimista para o Bitcoin e outras criptomoedas, pois os investidores podem ver esses ativos digitais não apenas como uma reserva de valor, mas também como uma opção viável para crescimento de capital em um ambiente de juros baixos. Assim, a correlação entre a política monetária e o mercado de criptomoedas se reafirma, destacando a sensibilidade deste mercado às macrocondições econômicas globais.