- Reclamações sobre debanking aumentam nos Estados Unidos.
- Preocupação bipartidária com discriminação bancária.
- Impacto do debanking no setor de criptomoedas.
Em uma movimentação política inesperada, a senadora Elizabeth Warren, conhecida por sua postura crítica em relação às criptomoedas, demonstrou apoio ao ex-presidente Donald Trump na luta contra o “debanking” — prática em que bancos encerram contas ou negam serviços a indivíduos ou empresas, muitas vezes sem justificativa clara.
Durante uma audiência no Comitê Bancário do Senado, Warren destacou a gravidade do problema, mencionando quase 12.000 reclamações sobre debanking nos últimos três anos. “Todas essas reclamações relataram coisas semelhantes: sem avisos, sem explicação e sem chance de contestar ou apelar”, afirmou a senadora. Ela também ressaltou que quatro grandes bancos — Bank of America, Wells Fargo, JP Morgan e Citibank — foram responsáveis por metade dessas queixas.
O ex-presidente Donald Trump já havia criticado o Bank of America por práticas semelhantes, afirmando que espera que “abram seus bancos para conservadores porque o que estão fazendo é errado”. Warren concordou, dizendo: “Donald Trump estava certo ao criticar o Bank of America por suas práticas de debanking.”
O tema despertou preocupações bipartidárias. O senador Tim Scott, presidente do Comitê Bancário do Senado, classificou o debanking como “antiamericano”, enfatizando que “todo negócio legal merece ser tratado da mesma forma, independentemente de suas crenças políticas.”
No setor de criptomoedas, a preocupação também é evidente. Nathan McCauley, CEO da Anchorage Digital, compartilhou sua experiência ao testemunhar que, em junho de 2023, seu banco informou que encerraria sua conta em 30 dias devido ao desconforto com clientes e transações de criptomoedas, sem fornecer explicações adicionais. “Para dizer que isso é comum, seria um eufemismo”, destacou McCauley.
O debate sobre o debanking levou a investigações no Congresso, com o Comitê de Serviços Financeiros da Câmara avaliando possíveis preconceitos políticos e o impacto dessa prática em empresas de criptomoedas. Bancos como Bank of America e JPMorgan Chase, por sua vez, alegam que o fechamento de contas está relacionado à conformidade com leis contra lavagem de dinheiro, e não a motivações políticas.
Essa inesperada aliança entre Warren e Trump destaca a importância de garantir que indivíduos e empresas tenham acesso justo aos serviços bancários, independentemente de sua orientação política ou envolvimento com criptomoedas.