O ano de 2025 promete ser um marco na trajetória do Bitcoin, com a expectativa de um aumento significativo na adoção por parte de estados-nação e bancos centrais. Essa é a principal conclusão de um relatório de pesquisa divulgado pela Fidelity Digital Assets, em 7 de janeiro. O documento sugere que, diante dos desafios econômicos globais, a alocação em Bitcoin pode se tornar uma estratégia crucial para diversas nações.
“A aprovação e lançamento de ETPs de bitcoin à vista no início de 2024 levaram a uma demanda substancial por exposição a bitcoin de investidores institucionais e de varejo. Este veículo regulamentado, familiar e acessível tornou a alocação para bitcoin mais simplificada do que nunca, levando a várias pensões e pelo menos um dotação fazendo alocações para bitcoin por meio desses produtos. Embora esperemos ver essa tendência acelerar ao longo de 2025, pode-se perguntar quem será o próximo investidor significativo a adicionar bitcoin ao seus portfólios”, observou analista Matt Hogan, da Fidelity.
Hogan argumenta que, em um contexto de inflação crescente, desvalorização de moedas e déficits fiscais em alta, a ausência de uma posição estratégica em Bitcoin pode representar um risco maior do que a própria alocação. Essa perspectiva inverte a lógica tradicional, colocando o Bitcoin como um potencial porto seguro em meio às turbulências econômicas.
“Prevemos que mais estados-nação, bancos centrais, fundos soberanos e tesouros governamentais buscarão estabelecer posições estratégicas em bitcoin”, destacou Matt Hogan.
O relatório da Fidelity destaca também a possibilidade de governos iniciarem a acumular Bitcoin de forma discreta. A justificativa para essa abordagem sigilosa reside na dinâmica do mercado: o anúncio público de planos de compra por um país provavelmente incentivaria outros investidores a adquirirem Bitcoin, impulsionando o preço do ativo e tornando a estratégia menos vantajosa para o país comprador. Essa dinâmica de “teoria dos jogos” adiciona um elemento estratégico à possível adoção institucional do Bitcoin.
O relatório também aponta que alguns países já detêm quantidades significativas de Bitcoin, incluindo os EUA, China, Reino Unido, Ucrânia, Butão e El Salvador. No entanto, é importante notar que grande parte da exposição desses países ao Bitcoin decorre de apreensões governamentais e recuperação de criptomoedas associadas a atividades ilícitas, e não necessariamente de uma estratégia de investimento deliberada.
A perspectiva de adoção do Bitcoin por estados-nação e bancos centrais traz implicações profundas para o mercado de criptomoedas. A validação institucional e a entrada de grandes volumes de capital podem impulsionar ainda mais a valorização do Bitcoin e consolidar seu papel como um ativo de reserva de valor.