- Coinbase encerra relações com escritórios que contratam ex-SEC “anticripto”
- Brian Armstrong critica contratações de ex-reguladores contrários às criptomoedas
- Indústria cripto busca ambiente regulatório mais claro e justo
O CEO da Coinbase, Brian Armstrong, anunciou que a empresa deixará de colaborar com escritórios de advocacia que empreguem ex-funcionários do governo que, em sua visão, atuaram contra a indústria de criptomoedas durante seu período no serviço público. Essa decisão foi comunicada em uma postagem na plataforma X, onde Armstrong expressou preocupações éticas sobre tais contratações.
We've let all the law firms we work with know, that if they hire anyone who committed these bad deeds in the (soon to be) prior administration, we will no longer be a client of theirs.
Senior partners at these law firms seem unaware of the crypto industry's position on this.… https://t.co/k8R6NtfTV1 pic.twitter.com/RT0k408i9f
— Brian Armstrong (@brian_armstrong) December 3, 2024
Armstrong destacou que considera antiético “tentar destruir ilegalmente uma indústria enquanto se recusa a publicar regras claras”. Ele enfatizou que ocupantes de cargos seniores não podem alegar que estavam “apenas seguindo ordens” e que tinham a opção de deixar a SEC, como muitos fizeram. “Não acredito em cancelar permanentemente pessoas, mas nós, como indústria, não devemos colocar dinheiro no bolso delas após os abusos”, afirmou Armstrong.
A declaração de Armstrong veio após a contratação de Gurbir S. Grewal pelo escritório internacional de advocacia Milbank, para atuar como sócio em sua prática de litígios e arbitragem em Nova York. Grewal, que anteriormente ocupava o cargo de diretor de fiscalização da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC), supervisionou mais de 100 ações de fiscalização relacionadas a não conformidades no setor de criptomoedas durante seu mandato.
Scott A. Edelman, presidente do Milbank, elogiou Grewal, destacando seu “histórico de sucesso” e afirmando que sua experiência seria “extremamente valiosa” para os clientes do escritório. No entanto, Armstrong argumentou que sócios seniores de escritórios de advocacia parecem desconhecer a posição da indústria cripto sobre esse tipo de contratação, levando a Coinbase a encerrar sua relação com o Milbank devido à inclusão de Grewal em seus quadros.
Essa postura da Coinbase reflete uma crescente tensão entre a indústria de criptomoedas e órgãos reguladores, especialmente em relação às ações da SEC sob a liderança de Gary Gensler. A nomeação de ex-funcionários que tiveram papel ativo em ações regulatórias contra empresas de criptomoedas para posições em escritórios de advocacia tem sido vista com ceticismo por líderes do setor, que buscam um ambiente regulatório mais claro e justo.
A decisão da Coinbase de se distanciar de escritórios que contratam indivíduos percebidos como “anticripto” sinaliza um esforço da empresa para proteger seus interesses e os da indústria como um todo, promovendo uma colaboração mais construtiva com entidades que compartilham uma visão positiva sobre o futuro das criptomoedas.