- MicroStrategy busca inclusão no Nasdaq-100 em dezembro
- Ações sobem impulsionadas por expectativas e mercado de Bitcoin
- Classificação setorial é crucial para aprovação no índice
A MicroStrategy, conhecida por sua estratégia agressiva de aquisição de Bitcoin, está sob análise para inclusão no Nasdaq-100, índice que reúne as 100 maiores empresas não financeiras da Nasdaq. A decisão, que será baseada em critérios de elegibilidade, será anunciada em 13 de dezembro de 2024. Atualmente, a empresa, liderada por Michael Saylor, possui cerca de 3% de toda a oferta de Bitcoin em circulação, consolidando-se como uma das maiores detentoras corporativas da criptomoeda.
A possível inclusão reflete diretamente no desempenho de suas ações, que registraram alta de mais de 6%, elevando seu valor de mercado para mais de US$ 92 bilhões. Caso aprovada, a adição ao índice poderá atrair maior liquidez ao título, uma vez que fundos que seguem o Nasdaq-100 passarão a negociar ações da MicroStrategy.
No entanto, a elegibilidade da empresa depende de sua classificação setorial. Embora amplamente vista como uma gestora de ativos de Bitcoin, a MicroStrategy ainda é oficialmente categorizada como uma empresa de software, o que pode facilitar sua entrada no índice. Esse detalhe será decisivo para a aprovação final do comitê.
A inclusão no Nasdaq-100 pode representar um marco para a integração de empresas cripto no mercado financeiro tradicional. Para muitos investidores, a MicroStrategy já atua como uma forma de acessar o Bitcoin indiretamente, sem a necessidade de transações diretas em exchanges. Contudo, essa abordagem também aumenta os riscos, pois a empresa depende do desempenho da criptomoeda.
Analistas apontam que, além do Nasdaq-100, a empresa também vislumbra o S&P 500, embora os critérios deste último, como lucratividade consistente, ainda representem um desafio para a MicroStrategy, que reportou prejuízos significativos em 2024.
A inclusão no S&P 500 seria um passo ainda maior para a MicroStrategy. No entanto, segundo Seoyoung Kim, professora associada de finanças na Leavey School of Business da Universidade de Santa Clara, isso é improvável no curto prazo devido aos resultados financeiros negativos da empresa. Para ser elegível ao S&P 500, uma empresa deve apresentar lucros positivos no trimestre mais recente e nos últimos quatro trimestres combinados. Em 2024, a MicroStrategy reportou perdas operacionais em todos os trimestres, totalizando mais de US$ 400 milhões.