Os custos de produção do Bitcoin (BTC) alcançaram um novo patamar após o evento de halving de acordo com FinBold, onde a recompensa por bloco minerado foi reduzida pela metade, impondo desafios significativos aos mineradores. Com o halving, cada Bitcoin agora requer o dobro do esforço para ser extraído, o que impacta diretamente a rentabilidade dos mineradores, pois a recompensa em Bitcoin se reduz enquanto os custos operacionais se mantêm ou aumentam.
Charles Edwards, fundador da Capriole Investments, destacou que o custo elétrico para a mineração de um único Bitcoin atingiu impressionantes US$ 77.400 em 22 de abril. Essa cifra indica que os mineradores estão gastando aproximadamente US$ 11.000 a mais em eletricidade por cada Bitcoin minerado, considerando o preço atual da criptomoeda em torno de US$ 66.175.
Welcome to a new paradigm.
Bitcoin Electrical Cost is now a whopping $77.4K.
This is the raw electricity cost to power the network, per Bitcoin mined.Bitcoin Miner Price hit $244K on Saturday!
This is the block reward + fees per Bitcoin mined. It boomed as transaction fees hit… pic.twitter.com/woF6utozmZ— Charles Edwards (@caprioleio) April 22, 2024
A Capriole Investments calcula que o custo total de produção de um Bitcoin é ainda mais elevado, chegando a US$ 128.989. Isso sugere que cada Bitcoin minerado atualmente representa uma perda de cerca de US$ 52.000, evidenciando uma pressão intensa sobre os mineradores para que o preço do Bitcoin aumente e se ajuste aos novos custos de produção.
Outras fontes, como dados da MacroMicro e estimativas da Universidade de Cambridge, mostram que o custo médio de mineração do Bitcoin era de mais de US$ 102.000 já em 21 de abril, representando uma relação custo/preço de 1,57. Esses números não apenas confirmam a tendência de aumento nos custos, como também ilustram o desafio de manter operações lucrativas sob as novas condições do mercado.
O Índice Hashprice, desenvolvido pela Luxor, oferece uma perspectiva sobre a rentabilidade da mineração por cada Terahash por segundo (TH/s) de potência computacional aplicada. Com o recente halving, este índice alcançou um mínimo histórico, complicando ainda mais a situação para os mineradores, especialmente quando consideramos o aumento na dificuldade de mineração, que exige mais TH/s para produzir a mesma quantidade de Bitcoin.
A situação financeira das empresas de mineração de Bitcoin de capital aberto revela um panorama sombrio. Com exceção da Marathon Digital Holdings e da Gryphon Digital Mining, todas reportaram perdas significativas em suas operações. Segundo dados do CompaniesMarketCap, essas perdas totalizaram US$ 1,27 bilhão, refletindo as condições de mercado anteriores ao halving, quando os custos eram substancialmente menores.
Diante desse cenário, a continuidade dos altos custos de produção, sem uma correspondente alta no preço do Bitcoin, pode acarretar uma maior centralização da rede em torno de poucos grandes mineradores. Isso traz preocupações sobre a segurança e a descentralização da principal criptomoeda do mercado.