Um relatório recente divulgado do grupo consultivo criado pelo Banco de Compensações Internacionais (BIS) destacou o despreparo dos bancos centrais para lidar com os possíveis riscos de uma moeda digital do banco central (CBDC).
Conforme destacou o documento, os bancos centrais não têm conhecimentos e nem competências que são necessárias com intuito de atenuar o risco do CBDC e devem buscar se prepararem para implementação de medidas mais intensas.
O relatório do BIS ressaltou que a criação e implementação de CBDCs poderá ter “implicações importantes” referentes ao modelo de negócios dos bancos centrais. Além disso, conforme o documento, o CBDC também poderá criar uma variedade de riscos.
“A introdução de uma moeda digital do banco central (CBDC) terá implicações de longo alcance para as operações do banco central emissor e para o risco que enfrenta. Ambos dependerão principalmente do desenho específico adoptado e de uma vasta gama de factores internos e externos ao banco central”, escreveu.
O relatório analisou os riscos operacionais, tecnológicos, de terceiros e de continuidade de negócios para o banco central emissor. “Constitui, portanto, um complemento útil para outros trabalhos sobre CBDCs, que tendem a centrar-se nas suas implicações para a estabilidade financeira, a política monetária e a economia em geral”, complementou.
“Para que os CBDCs sejam um meio de pagamento fiável, os bancos centrais também precisam de abordar, entre outros, os riscos de interrupções ou perturbações e garantir a integridade e a confidencialidade. Um risco importante são as potenciais lacunas nas capacidades e competências internas dos bancos centrais. Embora muitas das atividades relacionadas com a CBDC possam, em princípio, ser externalizadas, fazê-lo requer capacidade adequada para selecionar e supervisionar fornecedores”, destacou o relatório.
Robert Kennedy Jr. expressa preocupações significativas sobre como os CBDCs
O panorama das criptomoedas está novamente no centro das atenções, desta vez com uma contribuição marcante de Robert F. Kennedy Jr., uma figura proeminente na política americana. Durante uma entrevista recente no podcast “What Bitcoin Did”, conduzido por Peter McCormack, Kennedy abordou os tópicos emergentes das moedas digitais do banco central (CBDCs) e seu impacto potencial nas liberdades financeiras individuais.
Kennedy expressou preocupações significativas sobre como os CBDCs podem transformar o cenário financeiro global, enfatizando sua capacidade de permitir uma vigilância quase onisciente por parte dos governos sobre as transações financeiras dos cidadãos.
“Você pode ver por que as moedas digitais do banco central seriam atraentes para os tecnocratas e para os totalitários, porque lhes dá um conhecimento perfeito de tudo o que você faz. Cada transação que você faz pode ser tributada. Ele pode ser monitorado e os bancos podem ganhar dinheiro com o atrito de cada transação que você faz. Nada é invisível para eles. E isso tira muito da nossa liberdade. E, em última análise, com as moedas digitais do banco central, elas podem ser programáveis,” disse ele, evidenciando uma preocupação crescente com a privacidade e autonomia financeira.