No ritmo acelerado do mundo das criptomoedas, o Tribunal Distrital do Sul de Nova York (SDNY) emitiu uma decisão marcante a favor do Uniswap, uma das principais bolsas descentralizadas. Ao que parece, a cortina finalmente cai sobre o drama legal que teve início em abril de 2022.
Para contextualizar, Nessa Risley, uma investidora da Carolina do Norte, acusou o Uniswap de vender títulos não registrados e de não se identificar corretamente como bolsa ou corretora. Risley sofreu uma perda aproximada de US$ 10.000 ao adquirir tokens que, posteriormente, foram identificados como fraudulentos, entre eles, BoomBaby, Rocket Bunny e Matrix Samurai.
A questão central do caso foi se o Uniswap poderia ou não ser responsabilizado pelo uso inadequado de seu protocolo por terceiros. A juíza Katherine Failla, encarregada do caso, argumentou de forma eloquente que essa situação era semelhante a tentar responsabilizar um desenvolvedor de carros autônomos por um crime cometido usando o veículo. Sendo o Uniswap uma plataforma descentralizada, a mesma lógica se aplica: o protocolo não tem controle sobre quais tokens são listados ou quem interage com eles.
Essa vitória legal não apenas protege o Uniswap, mas também estabelece um marco para a comunidade de criptomoedas e finanças descentralizadas (DeFi) como um todo. Especialistas em direito cripto agora têm um precedente sólido para se apoiar em defesas futuras contra alegações semelhantes.
Paralelamente a este caso, é importante destacar outros eventos relevantes no setor. Apenas uma semana atrás, Roman Storm, fundador do Tornado Cash, foi preso, causando uma onda de inquietação na comunidade cripto. Embora Storm esteja agora em liberdade sob fiança, o incidente serve como um lembrete das questões legais pendentes que ainda rondam o mundo descentralizado.
O veredito é claro: a natureza descentralizada das DeFi protege suas entidades contra a responsabilidade por ações de terceiros. Uma defesa que, sem dúvida, será lembrada por muitos anos na indústria das criptos.