À medida que a esfera das criptomoedas continua a evoluir e a crescer, os governos de todo o mundo estão encontrando maneiras de responder a essa mudança disruptiva na paisagem financeira. Entre esses governos, o do Paquistão está assumindo uma posição cautelosa, com um foco claro nos regulamentos da Força-Tarefa de Ação Financeira (GAFI).
A Ministra de Estado das Finanças do Paquistão, Aisha Ghaus, reafirmou a posição do país em uma sessão recente do Comitê Permanente de Finanças e Receita do Senado. Em suas palavras, a legalização do comércio de criptomoedas não é uma opção viável para o país, dada a recente saída do Paquistão da “lista cinza” do GAFI.
“Criptomoeda não será permitida. Não podemos negociar com criptomoeda. Agora que saímos do GAFI, esta é uma área que devemos evitar. Criptomoeda também pode levar ao terrorismo financeiro, já não estamos conseguindo um acordo com o FMI, eles precisam de algum desculpas contra nós.”
A GAFI, uma entidade intergovernamental que se concentra no combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo, mantém uma lista de países sob “monitoramento intensificado”. Em 2018, o Paquistão foi adicionado a essa lista, apelidada de “lista cinza”, mas foi retirado em outubro do ano passado, após resolver suas deficiências técnicas.
Os países da lista cinza enfrentam restrições no setor financeiro, enquanto aqueles na “lista negra” podem estar sujeitos a sanções econômicas dos membros do GAFI. A remoção do Paquistão da lista cinza foi, sem dúvida, uma vitória para o país, e uma que o governo está determinado a preservar. Isso inclui a prevenção de atividades que possam levar a uma reincidência, como o comércio de criptomoedas.
Além disso, apesar do aumento na adoção de criptomoedas no país nos últimos anos, uma possível proibição não está fora de questão. De acordo com Ghaus, o Banco do Estado do Paquistão e o Ministério de TI estão trabalhando juntos para proibir o comércio de criptomoedas.
As criptomoedas têm sido uma faca de dois gumes para muitos países, inclusive o Paquistão. Enquanto oferecem benefícios, como o aumento da inclusão financeira, elas também trazem riscos. Além dos riscos de financiamento do terrorismo citados por Ghaus, as criptomoedas também têm uma natureza especulativa inerente. Como tal, um equilíbrio entre a facilitação da inclusão financeira e a minimização dos riscos associados deve ser alcançado.