A Ledger, uma das maiores empresas de carteiras de hardware de criptomoedas, lançou uma ferramenta chamada Ledger Recover. A iniciativa, que visa fornecer uma opção de backup para os usuários que perderem sua frase inicial, gerou controvérsias e dividiu opiniões.
O novo recurso do Ledger Wallet App Recover custará US$ 9,99 por mês e será inicialmente disponibilizado nos EUA, Reino Unido, União Europeia e Canadá, com planos de expansão para outros países.
Como funciona o Ledger Recover?
O Ledger Recover funciona da seguinte maneira, a frase inicial do usuário é dividida em três partes criptografadas e enviadas para empresas parceiras. Quando combinadas e descriptografadas, essas informações podem ser usadas para restaurar a frase-semente. Mas nem todos receberam bem essa novidade.
Muitos especialistas em segurança e proprietários de carteiras Ledger se manifestaram negativamente nas redes sociais. Mudit Gupta, diretor de segurança da informação da Polygon Labs, por exemplo, criticou duramente a nova ferramenta no Twitter. Ele defendeu que a ideia de dividir a chave em três partes é boa, mas que o envio dessas partes para três empresas diferentes pode comprometer a segurança das informações.
Além disso, no Reddit, usuários do Ledger levantaram questionamentos sobre o funcionamento do processo e se as informações seriam enviadas diretamente da carteira. Em resposta, Nicolas Bacca, cofundador e vice-presidente do Laboratório de Inovação da Ledger, esclareceu que os fragmentos são enviados diretamente do dispositivo para as empresas parceiras, caso o usuário opte por utilizar o serviço.
Apesar dos esclarecimentos, muitos ainda se mostram preocupados. Alguns usuários do Reddit argumentam que a mera existência desse recurso pode ser uma ameaça à segurança. Anton Bukov, cofundador da 1inch, expressou no Twitter a sua preocupação de que essa funcionalidade poderia comprometer a premissa básica de segurança das carteiras de hardware.
A Ledger, por sua vez, afirma que a descriptografia dos três fragmentos só pode ocorrer no próprio dispositivo, após a identificação do usuário. A empresa alega que as parceiras nunca têm acesso à frase inicial e que os backups são criptografados e descriptografados diretamente no Ledger.