Citando Binance, Coinbase e Kraken como exemplos, relatório da Schneier afirma que corretoras que não aplicarem o imposto aos usuários devem ser banidas e reprimidas pelos governos.
“É preciso obrigar investidores a pagar impostos pelos danos ambientais do bitcoin”, diz um novo artigo de Harvard que sugere que a moeda digital é responsável por cerca de 0,3% das emissões globais de gás carbônico (CO2).
De acordo com o autor do artigo, Bruce Schneier, professor de Políticas Públicas de Harvard Kennedy School, o bitcoin gasta mais energia que países como Suíça, Croácia e Noruega juntas.
Schneier acredita que à medida que criptomoedas quebram e a falência da FTX entra na fase de litígio, os reguladores provavelmente examinarão o mundo das criptomoedas mais do que nunca. O que representa uma “oportunidade perfeita para reduzir seus danos ambientais.”
The Merge da Ethereum
Para o professor de Harvard, o algoritimo de mineração do bitcoin deve ser extinto, com governos e autoridades forçando desenvolvedores da moeda digital a realizar uma mudança, assim como o Ethereum fez sua atualização The Merge.
“Múltiplas alavancas legislativas poderiam ser usadas para convencê-los a mudar.”
Schneier cita a segunda maior criptomoeda do mundo como um exemplo a ser seguido, classificando o sistema do Ethereum de prova de participação (PoS) como uma benção para o meio ambiente.
“Quando a segunda maior criptomoeda, Ethereum, mudou de prova de trabalho para prova de participação no início de 2022, seu consumo de energia caiu mais de 99,9%.”
Impostos para compensar danos ambientais
Como terceira solução, Schneier afirma que empregar um imposto em vez de uma proibição seria melhor. De acordo com ele, assim como acontece com os impostos da gasolina, tabaco, plástico e álcool, um imposto sobre criptomoedas pode reduzir os danos no mundo real, “fazendo com que os consumidores paguem por isso.”
Conforme não é possível tributar todos mineradores de criptomoedas, já que muitos deles podem operar de forma anônima, Schneier recomenda que o imposto deve ser cobrado de cada investidor no momento em que eles fazem compras em corretoras.
O professor acrescenta que não importa se um usuário do Brasil está comprando criptomoedas em uma corretora dos Estados Unidos, o imposto deve ser cobrado diretamente pela plataforma e então repassado ao governo do país onde opera.