O Banco Central do Reino Unido alertou nesta quinta-feira (24) que as criptomoedas podem representar um grande risco para os mercados, caso continue a crescer e pediu uma expansão dos poderes para cobrir ativos financeiros inovadores.
O Banco Central britânico teme que as normas internacionais possam chegar tarde demais para controlar os riscos do mercado financeiro, e ainda listou os bancos do Reino Unido que abordam os ativos virtuais com o máximo de cautela.
Com a capitalização de mercado no valor de cerca de 0,4% dos ativos financeiros do mundo, as criptomoedas e as finanças descentralizadas (DeFi) representam atualmente um risco limitado para os mercados financeiros, contudo, os reguladores estão preocupados que o sucesso da tecnologia blockchain signifique que isso possa mudar em breve.
Se o ritmo de crescimento observado nos últimos anos continuar, e à medida que esses ativos se tornarem mais interconectados com o sistema financeiro mais amplo, criptoativos e DeFi apresentarão riscos de estabilidade financeira”, apontou um relatório publicado pelo Comitê de Política Financeira do Banco da Inglaterra, que é responsável por monitorar os riscos de estabilidade.
Ainda de acordo com o relatório, seriam necessárias estruturas regulatórias e de aplicação da lei aprimoradas, tanto em nível doméstico quanto global, além de pedir a outros reguladores que garantam que os mercados não superaquecerão, e impeçam as empresas financeiras de assumir riscos desnecessários, além de reduzir fraudes e abusos de mercado, nos casos em que as criptomoedas espelham ativos financeiros clássicos, como empréstimos ou ações.
O gerente-geral do Banco da Inglaterra, Andrew Bailey, pediu na última quarta-feira (23) “altos níveis” de colaboração internacional para impedir que as finanças descentralizadas saiam do controle das autoridades, afirmando que isso levará tempo.
Atualmente há espaço para arbitragem regulatória e existe o perigo de que os riscos cresçam rapidamente antes que uma estrutura internacionalmente acordada esteja em vigor”, comentou o Comitê de Política Financeira.
A Autoridade de Conduta Financeira (FCA), principal órgão regulador britânico, afirmou que as empresas devem ser claras e honestas com seus clientes ao vender criptoativos, mesmo que tecnicamente não contem como produtos financeiros e, portanto, estejam fora da alçada da FCA.